*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

sexta-feira, 18 de maio de 2012

"A realidade não é o que parece"


Carne morta. Cutícula da existência. Enquanto você passa a vida batendo seu martelinho no ritmo pessoas estão morrendo. Você não vê?! Nascer, crescer, fazer filhos, morrer. Casinha com varanda e cercado branco. Brando. Suas fendas vedadas, pra você as vozes veladas.
Injusto. Porque peças estão no encaixe errado? Pérolas aos porcos mais que ditado é fato. Com a respiração vem a pontada aguda. A garganta arranha, os pés tocam o presente imundo, quem de nós mergulhará, tocará no fundo?!
Agora ela abre os olhos. Espanto. Pobre coitada achava que se enxergava. Apontava o dedo, também estava errada. Uma pseudo-revolucionaria. Uma dose de auto-piedade, uma nova voz, um grito. Não existe nada que abafe o som de olhos e ouvidos. Arrependimento.
Agora encara a claridade. O costume trás a liberdade de olhar. Além da guerra, agora tens a arma. Deixa pra depois o que te prende, e que esse depois jamais te encontre. 
Ela já não deseja cercado branco. E o único ritmo que lhe apetece é o dos pés ciganos batendo na areia, espalhando centelhas, fazendo breves promessas, juras imediatas... Que tudo se transforme, que o lado bom nos ache, que os iguais se salvem, que a geração trocada não morra.... E que o resto exploda! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário