*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Versos perdidos.

Três noites sem dormir.
Desisti de esquecer.
Os lábios que ao surgir.
Me fizeram enlouquecer.

E já não consigo mais comer.
Vivo tentando respirar.
Desejo em uma esquina conhecer.
a dona dos lábios e do olhar.

E então desvanecer 
Não querer sair de ti
Em um toque simplesmente saber
Que minha casa está aí

Fazer-te sentir todo querer
Até saber do meu amor
Mostrar que este desejo se faz merecer
Que em minha boca encontra todo sabor

Só o que quero é zelar por teus sonhos
Mesmo menino, conheço a dor
Dormindo nos céus, olhe pra estes tolos 
Que só procuram encontrar a plenitude do amor.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Inconstantemente constante. Devaneio.


Tudo em mim é inquietude. Passo por tempestades.
Quando enfim a calmaria me alcança. Doce engano. É como um suspiro.
Um descanso.
Meu coração pára e dispara. E nessa marcha vai seguindo.
Chego a conclusão que parte daqui. Que nada externo é o motivo.
Crio meus fantasmas. Crio minhas alegrias.
Pessoas, lugares, amores. Meros enfeites. Alegorias.
Não! Não é assim que funciona. Mais uma vez a dramaticidade toma conta de mim.
A verdade é que de nada entendo. 
Minhas horas cheias de promessas, nunca se cumprem, e ainda assim sem fim.
É muito íntimo. Tanto que não sei como chegar lá.
Minha inspiração vem em baforadas. E não sei aonde esta.
É confuso. É complexo. De perto chega a ser covarde, patético.
Mas é verdade. É intenso. É bem mais do que um espelho.
Gente forte. Gente fraca. Gente burra. Inteligente.
Da onde tiramos essas embalagens, o que nos define por completo?
Então por um segundo senti a definição. Epifania.
A existência é uma obra inacabada, sem espaço pra conclusão.
Assim como meus planos nunca tem fim. 
Nada esta pleno, ainda existe tudo por vir.
Tudo diferente. As vezes semelhantes.
As vezes é fluído. As vezes inconstante.
O jeito é seguir. Sentir tudo na pele.
Entender o que esta aqui e esperar que algo bom nos leve.
Mas como sou eu fazendo o que desejo. E neste momento posso decidir. 
Tenho um texto em minhas mãos. Na cabeça uma breve conclusão.
Viver é o conselho mais antigo. E por fim, neste enfim faz algum sentido.
Dou graças a Deus por me ceder este dom. Pois escrevendo enxergo o lado bom.
Saiu da distração. Me concentro e consigo sentir o que tenho e não é em vão.
Então me permito por um fim. É um ciclo que se vai.
Até a próxima dúvida surgir. E eu me trancar em poesia por não ter pra onde ir.
E não existem reclamações. 
Pois pra mim poesia é liberdade não é prisão.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

E eu simplesmente não resisto. Respirar e transpirar você.

Se ao anoitecer vislumbro teu rosto, 
amargo é o momento que a escuridão me toma o tempo. 
Se é nesse instante que sinto teu gosto, 
que ele parasse em um querer eterno.
Se insinua que não vejo do que é feito o que vivemos, 
saiba que minha ingenuidade não ultrapassa a pele. 
Estamos fadados a um desejo intenso, 
com palavras inteiras, 
que queimam e não se desfazem em ilusões efêmeras.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Bilateral.

Em uma carcaça demônios habitam. Se esgueiram nas sombras tentando encontrar.
Um motivo, um lugar, um caminho. Pra fazer sua vida virar.
Eu te amo assim sem porque, puro e claro. Saiba que meu sentimento é maior do que pode crer.
Mas lá no fundo uma voz me aconselha. E coisas terríveis desejo fazer.
Deuses de Ébano a minha frente. Em danças ilícitas a me derreter.
Eros e Huitaca me levam pra longe. É de vinho e carne que se faz o homem.
Minha promessa me pesa, o que devo dizer?
A cada segundo me sinto mais fraco. A cada segundo minha vontade cai pelo chão.
O cheiro dos corpos grita meu nome. E eu anseio provar mesmo que seja em vão.
Como contar-te agora o que sinto? Como mostrar que não muda o carinho?
É só que o mundo evoca o meu íntimo. E dentro de mim existe algo maldito.
Eu brigo, eu xingo, eu faço de tudo. Para prender-me olhando em teus olhos.
Eu sofro, eu choro, eu já não sei o motivo.
O medo de perder-te ou a privação do profano a este ser nada divino.
Deixar-te agora não é escolha. Levaria de mim a luz, o abrigo.
Tudo que tenho de bom em um suspiro, perdido.
Mas a cada dia fica mais forte o pedido.
E meu centro me faz cobiçar a luxúria.
Do pecado desmedido me torno escrava.
De joelhos vou negando o destino escolhido.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um ano. E mais nada.

Me sinto presa. Dentro desses dias tão bem delimitados que não passam. Me perco mentindo que vou seguindo, na verdade vivo marcando o passo.
Me sinto distante. É estranho porque como disse antes vivo ligada, amarrada a esse instante. Como pode ser assim tão presente, aparente, se tudo que vejo é o vazio na minha estante.
Me sinto confusa. O que quero, o que sofro, o porque dessa suplica?
Me sinto pedante. Pra que tanto alarde, tanto barulho por uma dor que sustento faz tanto tempo? Na verdade faz parte, e em mim tudo se guarde. Porque por mais que eu grite, quem me interessa não liga, não me invade.
Me sinto desnecessária. Quando tudo que eu faço é sofrer calada, quando minhas amarras não sentem minha falta. Covarde que sou me faço de forte, coitada.
Me sinto sozinha. Meus amigos não me fazem carinho. Não percebem que é deles que preciso. E no fim passam os dias tão longe. Sem precisar de auxilio. Sem desejar. Eu.
Me sinto sem chão. Quando tudo que faço é sentir nostalgia. E perceber que tudo se perde, tudo caminha. E os velhos tempos ficaram pra trás.
Me sinto cansada. De ir e voltar tentando achar a resposta. De olhar o rio buscando a mesma fração de alegria. De vigiar o sono da minha angustia que acorda quando penso. Peno. Em agonia.
Não quero mais me sentir. Só busco agora distração. Se tem lugar pra onde ir, se não tem não busco explicação.
Os olhos e lábios vou contemplar. Não tenho palavras pra esperar.
E se tudo não passa de ilusão. Verdades imutáveis não entram nessa canção.
Foi tudo lindo mas agora adeus. Boa sorte e que mudemos de uma vez.
Que eu consiga me livrar dessa maldição. De tentar viver sempre a mesma emoção.
De vocês. De mim. De nós.
É a última estrofe. Acabado entre nós... E agora você liga?
E então?


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Por favor me escutem.

Se eu conseguisse fazer entender.
Algumas coisas maltratam meu coração, digo isso não por sentimentalismo ou para ficar dramático, mais por uma dor real, de um buraco que sinto nessa região e que espirra sangue e pus cada vez que alguém diz algo que não vai muito além de superficialidade (na minha opinião) ou de dogmas tão antigos que se enraizaram como ervas daninhas no coração das pessoas, pessoas boas até, que ficam cegas e sem saber se tornam ignorantes, intolerantes.
Pra mim as pessoas boas merecem ser felizes, gente que não machuca e não tem a intensão de denegrir nada nem ninguém. Se vocês soubessem, se vissem como é, então quem sabe.
Juro que não é uma tentativa de diminuir quem discorda ou de tentar aparecer, mas sinceramente, não acredito que pessoas escolham sofrer homofobia, e que não, não significa que ser diferente seja uma doença que necessita de cura (senhores pastores e padres). Acredito que as pessoas se procuram, e honestamente que não escolhem quem amar. Se ganhasse uma pessoa mais tolerante no mundo a cada vez que escutei de uma pessoa gay que preferia ser "do jeito certo" "gostar do sexo oposto", que simplesmente não pode evitar e que se fosse uma escolha não optaria pelo sofrimento. Então, minha gente, teriam tantas e tantas pessoas conscientes no mundo que me dá até vontade de chorar, de gritar de raiva. Mas não posso, ninguém pode, senão podemos ser atacados, as pessoas poderiam atirar pedras em nós, nos espancarem nas ruas, tiros, socos, escárnio, morte.
E o que fariam as autoridades? Não sei aí, onde você esta lendo, mas aqui eles pegam os corpos, jogam no camburão e levam pra não sei onde. Sai uma pequena nota no jornal, não encontram os assassinos (isso porque essa atenção só é dada em caso de morte, nada abaixo disso teria o impacto necessário), as pessoas se horrorizam por uma semana então esquecem e a vida continua.
E se horrorizam porque? Pelo assassinato em si e não pela intolerância, porque no fundo a maioria dessas pessoas é. Como me dói não conseguir conversar sobre isso nem com meus familiares, pessoas que amo.
"Bicha, Viado, baitola" Realmente é isso que vocês querem que as pessoas, seus filhos reproduzam?
Gente, nesse exato momento não quero que ninguém aceite, que ninguém pense que é uma espécie de apologia para "fazer a cabeça dos mais jovens, para faze-los "virar" homossexuais". Só quero que tentem conviver se não podem entender, que tentem respeitar se não podem aceitar.
Que deem o espaço que as pessoas, cidadãos como todo mundo, merecem.
Gays podem trabalhar!
Gays podem ter voz!
Gays podem viver em paz!
Gays podem querer constituir uma família!
Podem amar!
Podem andar de mãos dadas e se beijar!
Gays tem deveres para com a sociedades não por serem gays, mas por fazerem parte dela.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Não tema! Esse é o reino da alegria"

Eu realmente não esperava chegar aqui. De cada passo mal dado que dei um bom destino enfim. E então parece que todos estavam errados e um monte de bobagens podem realmente te deixar tonto e perdido, aí você sem querer tropeça e caí de cara no lugar certo. No peito do amigo, e faz daquele corpo abrigo.
Então nada daquele papo faz sentido, e você tá pouco ligando pro vestido rasgado. Você não liga de ser tachado de puta, de vagabundo, de mendigo fora da lei. Você só quer abrir a boca e sentir o gosto da chuva na praça da república. Você só quer se esconder em um coreto e sentir o sal, o suor do teu amigo, do teu abrigo. Você só quer se divertir.
E uma coisa leva a outra, e outra coisa leva a um. E enquanto as mãos se entrelaçam e os pés sentem o chão gelado e um arrepio difuso, sem motivo claro, o frio ou a língua. A boca sem aviso acha a boca, sua igual, a língua sem surpresa invade. E a respiração entrecortada trás o movimento, o ritmo, a poesia esta na forma que se mexem no escuro, que se encontram na lama, na alma.
Seu corpo já não é corpo, você transcende. E responde sem nenhum medo, sem hipocrisia, sem respeito. Bate no peito e diz: Eu não sei o que quero!
Me deixe viver. Me deixe saber. Me deixe esquecer toda essa loucura, essa pressão de crescer. Parem de espalhar a palavra. O que é certo ou errado ninguém vai saber. Parem de empurrar e me deixem parar.
Senão eu forço a barra, corro entre os carros, me jogo, me drogo e tudo fica nebuloso.
Não me façam. Não me causem. Não me expliquem pra mim.
O sabor dessa vida concedida só eu vou fazer, só eu vou seguir.
E no fim o que me resta fazer é o que pinta na hora.
Essa foi minha hora de escrever. Pra não explodir, pra não enlouquecer.
Pra ser feliz. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

E vai seguindo infeliz o mesmo ciclo.

Eu tenho medo.
Estou apavorada diante da inconstância.
Se o que te atrai é a simplicidade, te conto que as vezes ser rasa cansa.
Se o que te agrada é o frescor do hálito virginal das manhãs plenas de certezas,
Então te apresento a amargura das minhas tardes de dúvida, das minhas profundas tristezas.
Se o que te trás é o sorriso no rosto, o abraço quente e terno, o olhar compreensivo, o proteger que te dá paz, quase materno.
Agora meu querido lamento dizer-te que as vezes choro e fico fria, me desespero, machuco quem amo e não protejo nem a mim mesma.
Quanto mais o tempo vai, mais a chuva cai, mais meu peito dói.
Aos poucos os véus se dissipam e os corpos se identificam, e a imperfeição se torna real demais.
Com os dias é fatal o desgosto.
O que move o amor é o rosto, que carrega em suas memórias.
Cheios de saudosismo continuam a trilhar o caminho, seguindo a ilusão do passado, uma nova ilusão o destino.
Me trai, busca lembrança em outra casca.
Me ataca, me rasga, suga outra alma.
Cata juventude dos desavisados.
Seduz, és inimigo disfarçado.
Agora percebo a ironia que canto.
Se me seduz em olhar, te seduzo o mesmo tanto.
Se o monstro se revela em você, acabo por ter-te como espelho.
Se roubas-te a minha flor secreta, roubo mil outras por castigo.
Punida pela mesma vergonha, punida pelo mesmo segredo de outro, escondido.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Na lama...

Sinto que sinto algo mas não o sinto completamente.
Existe algo que me incomoda mas não entendo a sua fonte
É como se uma vontade de esquecer me devorasse mas no fundo finjo querer lembrar.
É como estar em uma batalha, um constante impasse, a me debater e a relaxar.
Vejo que nada enxergo e que no fundo nada espero.
Penso que na verdade estou vazia de pensamentos.
Como cada pedaço indigesto só pra ver se passa o nó na garganta.
Mas no fundo me desespero com o excesso de paz que isso me causa.
Cheiro cada perfume mas não há um sequer nas minhas lembranças.
Escuto as mesmas músicas, mas nada ouço e nada me cansa.
Escrevo e uso sinônimos para entrar de vez na dança.
Mas quem é que vai querer dançar comigo pela eternidade a mesma música?
Por fim me revolto e me devoro regurgitando a mesma ideia.
Com outra cara, com outra raiva minto dizendo que renasci das cinzas.
Pobre alma plastificada.
Mesma história.
Mesma sina.
Não me diga novidades, pôs te falta a capacidade.
É tudo falso, é tudo velho, é tudo passado.
É tudo mentira!


segunda-feira, 1 de abril de 2013

E num turbilhão abstrato te extraiu em sentimento e palavras. Você aí encrustado em mim.

Preciso dizer que não costumava marcar as datas.
Olhar pros lados.
Buscar no espaço, espaço para dois.
Esperando em tempo retilíneo.
Comendo os pedaços da vida devagarinho.
Pra sobrar caminho pra nós dois.
Eu não olhava nos olhos mais de três segundos.
Não aceitava a dor da saudade.
Só me incumbia de esquecer o destino.
Passava solta, como areia entre os dedos dos amantes do mar.
Como fumaça dos carros que somem em pleno ar. Mas sujam o ar.
Eu soprava palavras de amor ao vazio esperando que a resposta nunca ecoasse.
Eu perdia meu tempo em camas bagunçadas.
Me divertia sem vontade de explicação, drama ou castigo.
Agora espero seus passos seguirem o meu no mesmo ritmo
Teus olhos me decifrarem
Tua vontade bater com a minha
Povoar da gente nossa cama até então vazia.
Hoje ando solta, com dedos entrelaçados.
Cheia de sorrisos e saudades.
Cheia de alegrias e dúvidas.
Buscando aprender a verdade que nunca se quis
Que nunca se viu.
A verdade que não admito
Mas que a cada dia me invade.
Enfim... Esse é o fim.
Porque esta dita verdade será admitida somente pra você e pra mim.