*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Não é assim. Deveria.

Eu te escondo e finjo que já foi.
E no fundo de mim a tua lembrança se contorce.
Eu me precipito, fujo como uma menininha idiota, inocente, não mais.
Eu me viro.
Eu arranjo uma bela distração.
Eu me esquivo da solidão, sozinha.
Você finge que não sabe como é.
Eu não me importava, eu não sabia.
Agora você se afoga e me jogou num lugar ainda pior que o seu.
Você nem ligou, teus olhos me prometiam amor.
Mas você já não tava ali, e você sempre soube, sempre.
Eu não teria nada em troca. Eu ficaria vazia.
E você decidiu tentar. TENTAR?
O que eu sou pra você?
Diz que sou a melhor coisa que te aconteceu e só me reserva dor.
Você me fez ter dó. Você me fez te amar.
E agora eu estou aqui no seu lugar.
E você com um amigo qualquer num bar qualquer.
Você se mata e não pode me salvar.
Você me deixou virar você.
Pior, eu to dilacerada, você não tem o que sangrar.
Agora somos a mesma ferida aberta. Meu amor é feito de carne podre.
E eu não posso nem reclamar. Não tenho com quem brigar.
Você morreu.
Nem posso curtir meu luto em paz.
Você tá me matando.
E nós dois não choramos de tristeza.
Meu choro é de dor.
Já era.
E eu não posso nem sofrer por amor.
Eu quero uma vida, uma família, um destino.
Eu preciso de planos, eu quero marcas e filhos.
Eu preciso te deixar.
Porque você não quer me deixar?
Acho que você quer. Eu que não quero acreditar.
Eu acabo de perceber, eu não te deixo passar.
Toda vez você diz adeus... Eu respondo até já.
Adeus