*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

domingo, 26 de agosto de 2012

Desejo só mais um pouco de ópio, para nós dois.


Estou pensando em você. Hoje tudo me lembrou. As músicas. As discordâncias. Me deu uma vontade louca de escrever. Como naquelas manhãs de domingo. Quando depois de discussões e beijos, abraços escondidos pelos corredores, entrelaçados, me davam toda a inspiração de que precisava. Quando nos alimentávamos por inteiro. Corpo e alma. Vaga lembrança.
Tu e essa mania de tudo certo. Nenhuma gota de álcool. Nenhum trago de liberdade. Até tua libertinagem sempre contida. Isso mesmo que me irritava e encantava. E eu aqui, dormindo nas sarjetas. Com pensamentos ilícitos e a boca amarga. Ainda me cabe a pergunta: Quem estará melhor no fim das contas?
Você me deixou com os meus no momento em que eu soube que era tarde demais para ti, meu caro. Já não podes voltar, nem seguir em frente. Não tem mais encaixe. Nem em mim, nem no resto. E então chega a ser irônico que eu tenha te tornado ímpar, quando a proposta era enfim ter-te como par.
Não chore por mim. Nem sequer lembre do que houve. O teu pecado foi ter pensado que tudo estaria lá, te esperando na tua volta. E teu castigo é que de fato tudo esperou. Só você que não é o mesmo. Está morto e terminará enterrado neste mundo que um dia foi teu, o qual abandonou por nós, e retornou sem mim.
Quanto a mim, querido, ainda busco. Como sempre. Isso é só pra saberes, em algum lugar, que ainda não me perdi. Nem me vendi as convenções... E isso é só do que lhe acuso.
 Beijos, Sabina.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sociedade sem alternativa.

Essa é para aqueles que nunca sabem. Nunca encontram. Nunca se contentam.
Em outros tempos. Outros ares. Outros corpos. Esse sou eu.
Ser flutuante. Vivente. A faísca da vida. Da alma um sopro. Da boca, seca, o gosto do desgosto.
Ração barata. Mente emergente.
Vida útil pautada nos tragos do baseado.
Ainda assim, meio que no desleixo o desejo latente.
É por isso que continuo meu nêgo. Te digo que a dor é efêmera. Um dia tudo se vai. Mas enquanto o ar insiste em invadir este pulmão estou designada a lutar.
Sabe, vou andando e falando. Te contando que as vezes canso. Então pra acalmar os ânimos dança comigo,  roda até que a volta crie forma. Visível.
E mais uma vez caímos. Sucumbindo ao esquecimento. Luzes coloridas. Felicidade sem motivo. Na fumaça nos esquivamos, camuflamos. E tudo é nada. Nada demais.
Um dia desses te trago de novo...
Comigo.  

domingo, 12 de agosto de 2012

Aos amigos. Aos desabafos, risos. E aos cigarros de sábado à noite.


Assim me vejo divagando nesta madrugada insone o significado das coisas. Pergunto-me o que teria feito pra sofrer tais agonias e com igual surpresa a pergunta se repete em relação as bênçãos que tenho recebido.
Meus amados. Nossa ligação é tão forte quanto as dores que não deixam dormir. Assim como nosso desejo de amar tão enraizado surpreenderia qualquer um que visse nossa pouca idade. Um peso tão grande que parece trazido de outras vidas. Quase tão grande quanto nossa vontade de viver são nossas questões tão mal resolvidas.
Entre certezas e dúvidas todos temos a mesma dívida. Um por vir que segue esta vida não vivida. Eu sei que viveremos.
Nossos encontros. Nossas palavras. Unidos criamos uma base forte. Não para represar as mágoas, mas para deixa-las fluir. E a cada passo dado um cuidado, um saber da importância de si pelos olhos de quem só vê em ti amor. Amizade.  
Corajosos somos nós, que admitimos a agonia de não saber ou de saber demais. Que abrimos as cortinas que nos limitam, cegam nossas percepções. Que gritamos sem ligar para os olhares reprovadores. Nos deixamos cair. Viver a melancolia da mesma forma que abraçaríamos um dia ensolarado de domingo. E depois levantamos. Superamos. Sabemos que viver é uma dádiva. E esperamos o melhor a cada esquina, mesmo que as ruas anteriores tenham deixado feridas. Mesmo que elas ainda estejam um tanto abertas.
Esses dias que Deus me dá um motivo tão sublime. Uma inspiração tão simplesmente surgida do amor que lhes entrego. Ah! Esses dias me fazem querer existir.
E flores surgem para justificar os espinhos.
E no fim de tudo isso, creio que simplesmente gostaria de dizer “Devo meu melhor a vocês caros amigos”

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O assassinato da flor.

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...
... Estou em milhares de cacos.




Você disse "me deixe em paz". Não com essas palavras, mas foi o que ouvi. Nem por um segundo pensei em reagir, você me tirou as forças e pra não cair simplesmente respirei e sorri. Sarcasmo sempre foi meu escudo, minha proteção. E mesmo deixando tudo de lado naquele instante lá estava ele no meu casulo de solidão.
Não lhe cobro nada. Nem meu amor perdido. Parece-me que esse já foi jogado na lata do lixo.
A falta que sinto não posso negar. E nem que quando por um segundo você vacilou e pareceu querer voltar eu quase. Enfim. Já sei o fim e mesmo que eu estique essa situação o fim ainda estará lá. Esperando.
Prefiro então, dizer-te "Não te amo" e deixar você.
Como pôde me dizer aquelas palavras? Como pude acreditar quando disse que não me magoaria, não me deixaria assim? Mas acabou sendo a pior decepção. Mas acabou me atirando no chão. Na lama. No drama.  Sabe, eu sou forte. Eu sei que isso vai passar e vou ficar mais forte. Mas no momento tudo isso me parece um desejo utópico.
Não existem lágrimas que lavem e levem tudo isso, então escolho não chorar.
Mais uma fase. Mais uma vez. Recomeço.
Você não me tirou quem sou. Foi embora antes. Não tenho palavras que expressem o que sinto. Vazio. Escuro. Triste. Inquieto. Eufemismo barato de uma escritora sem adjetivos suficientes!
Eu espero sinceramente nunca te esquecer. E nunca mais cair no mesmo erro. Assim como também desejo florescer na próxima primavera e te ver chover de arrependimento quando não forem teus mas os meus frutos.
Eu te amo. Eu te odeio. Eu te desprezo e preciso de ti com a mesma intensidade. E ao tentar me controlar vou consumindo-me em desespero.
Espero que pelo menos um de nós esteja satisfeito.