*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cada passo sofrido. Vivendo e esquecendo. A busca da inexistência.

Não cobre-te de mim. Das minhas lágrimas. Só esquece de tudo. Segue em frente que não te convém guardar as mágoas. São minhas de direito.
Engraçado sentir-me assim, Fraca. Não de pensamentos, ideias, sabe?! Fisicamente, eu digo. Parece que não posso dar um passo, tudo dói, passar todo dia e avistar tudo que eu tinha e não tenho mais, mais dor. Não tenho vontade de ocupar este lugar no espaço, de consumir este tempo com minha existência rala.
No começo eu te disse o que seria, eu avisei. Você me fez desmentir tudo, acreditar num futuro claro, e pra que? Eu digo! Não é nossa culpa, nem tua. Sei que sentimos, dissemos, vivemos. Mas agora já foi. Como toda beleza se esvai, efêmera. Porque o sentimento é do mundo, e não há no mundo o que não seja mutável  fluido, vago. Vagando neste momento entre meus dedos, e ainda assim, mesmo que eu me corte, sei que o sangue e tudo isso que nem consigo explicar é passageiro. Mas é que é tão injusto comigo querido. Não tu, eu não o culpo. Mas tudo. Me vejo traída por mim mesma, meus princípios  No fim eu estava certa. E escrever é minha única alternativa. De resto só sobra a ferida aberta no meu peito, que procuro fechar de qualquer jeito. Na companhia dos amigos, pois na solidão eu sempre choro, e já não sei se lágrimas me restam. Eu danço, meio sem jeito, agonia em cada movimento, mas me apego na tentativa de expulsar os demônios. No destilado despejo minhas lembranças, é assim. Em outros corpos fujo de mim. Infelizmente, em todos eles sinto teu cheiro. E por enquanto não esqueço, nem sei se gosto ou odeio. Gostaria de ter prazer, mas no momento tudo é esforço. A dor só tinha lascívia no teu corpo.
Mas deixa quieto, deixa disso, porque eu sei que esse fim não é o primeiro. Logo o amor, a dor, o choro e o que mais for vai ter por dono outro nêgo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ultimas considerações

Novamente naquele momento, onde nada disso me dá prazer. Escrever só pelo ato, com medo dos clichês.
Mais uma vez acordar e dormir assim. Chega a ser cômico sentir exatamente a mesma dor. Então eu sei, é outro amor.
E de amor em amor a vida toma gosto. E de dor em dor sinto que em parte morro.
E gravar na pele nunca fez tanto sentido. E se não tem céu nem inferno pra que continuar existindo?
Eu vivo.
Vivo porque é assim que me inspiro. Porque eu sei da verdade do que sinto. Porque sou vaidosa e preciso ouvir outros lábios recitando o que acredito.
Eis o lucro de escrever sentimentos. Não há quem não tenha uma fração do que digo no peito. E por dentro a alma embriagada de vinho tinto, ou devaneios baratos (tanto faz) toma em melodia a flor, e esquece os espinhos. E viver por um segundo é leve e divino. A poesia faz isso com a gente. Nos exalta, nos rebaixa, mas não importa. Somos levados, ludibriados pela beleza do escrito.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sangria

Cumpra-se em mim a tua vontade. Da carne.
Em partes desiguais me engole inteira. Anceia.
Nua sob teu peso, introduz o castigo. Divino.
O grito em gemido irrompe do peito. Ao meio.
Em tuas mãos me ampara e depois me domina. Inclina.
Na tua boca conselho, saliva e meus seios. Deleito.
Desce em língua ao ventre e entre. Meus medos.
Depois pára e me vira.
Perdão;
De joelhos me calo;
Espero;
Então o desejo. O arrepio e o choro baixo.
Mais forte.
Suplico.
E depois o ambíguo.
A dor e a volúpia.
O profano e o santo.
Humano.

domingo, 21 de outubro de 2012

"Suedehead"


Mais uma vez. Outro por-vir. Me lembro do passado e acho graça. Nunca tão bom, nem tão ruim. Sempre existe um espaço para o descompasso. Um engano. Desenganada espalho tinta preta pelo chão. Pelo corpo. Vários rostos.
Toda primavera desejo me fechar em flores. Sufocar amores. Me perder em mim. Sozinha. Mas a vontade de mudar é forte, então conto com a sorte, mas ela nunca me encontra. Sonho.
Da próxima vez vai ser diferente. Nada de tanta gente. Nada de tanta cor.
Vou esconder a dor no peito, e esboçar sorrisos que apenas o espelho possa ver.
Vou guardar o amor pra outro dia, e quem sabe sem agonia eu possa lhe passar.
Nada de misturar sal e açucar, em cada tempo um gosto. Não inventar.
E talvez sozinha me sinta fria, mas fique calma, fique bem. Sem medir sentimentos, sem fingir o contento. Sem agradecer sem querer.
Sentir falta de tudo pra mim é mais prazeroso. Minha dor se encontra nos outros, que magoo sem tentar, sem sentir, sem calar. Desculpa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Minha casa anda uma bagunça. Eu sempre falo mas nada muda. Nunca.
Cada resto e migalha no chão. Cada detalhe de mofo nas roupas. Não há nojo. Não há nada. Apatia.
Me sinto esnobe. Torcendo o nariz e revirando os olhos. Escondendo o lixo, aceitando resignado a falta de cor. A falta de amor.
Meu senhor me grita, em um canto cada vez menos importante da minha vida. Deixo passar. Desculpe.
Não aguento falar, sustentar o olhar. Quero um novo dono que me dome as vontades, que me traga lembranças novas para enfeitar o meu lar. Quero deitar-me ao seu lado e permitir sonhar. Divagar. Devagar.
Preciso parar de viver essa vida não vivida. Abandonar a entorpecência. Ganhar fôlego. Acreditar que posso vencer. Preciso.
Mesmo sem saber lidar com isso. Eu necessito para viver do teu carinho.

Caminho

Ultimamente não tenho me permitido sentir as mesmas coisas.
Em cada canto só dúvida.
Meu apêgo me destrói, mas sua falta é pior. Sentir e querer o que quero é indigno. Um suspiro. Um lamento.
Estou consumida da vontade de você e novamente sem rumo me pergunto: Porque desejar-te sem fazer-te meu?
Eis a confusão.
Meu menino. Meu abrigo. Meu homem. Meu amado. Me diz o motivo deste fim sem começo. Desse egoísmo. Da minha súplica interna a cada toque, a cada beijo.
Aqui de longe sinto o teu cheiro, mas não és tu.
Me perdoe pela minha fraqueza. Por te amar sem medida, ainda que na volúpia desmedida me perca.
És como irmão, amigo. Em ti tudo é cuidado, até no engano quando ao falares eu sangro.
Somos iguais. Somos opostos. Tenho medo do desgosto em minh'alma sem o vislumbre do teu rosto, do meu sorriso ao estar contigo. Não me deixe. Mesmo que não esteja comigo.