Ontem tive mais um daqueles momentos extremamente agradáveis, daqueles que acessamos com nostalgia nos dias difíceis. Saí sem rumo com um velho amigo, relembrando tempos mais fáceis e como reclamávamos dizendo serem os mais complicados. Olhamos a noite e fomos levados as memórias de madrugadas em táxis, a ansiedade adolescente do que estava por vir, festas borbulhantes, champagne, alexander... Também lembramos o gosto doce do frapê de chocolate do S'il Vous Plaît, do vinho tinto, do blues e o ar parisiense de certas partes da nossa querida Belém, ela não está morta para quem quer viver a meia noite.
Entramos em conversas existencialistas como não fazíamos a muito, chegamos a conclusões que nada concluiam, rimos, nos emocionamos, tivemos epifanias, estávamos no café com arte... Construção antiga, um barzinho charmoso com velas, povoado de cerveja e cigarettes, de boa música, música calma, música de conversa, bossa! Falamos sobre relacionamentos, o medo de estar com alguém e o medo de estar sozinho, sobre o que nos trás inspiração, o que escrevemos, ou escreveremos, e pra que escrevemos, ou escreveríamos, sobre o que sentimos e o que queremos deixar na terra, fazer sentir, sobre o receio de um fim iminente mais próximo a cada segundo, sobre a complexidade humana, e a simplicidade. Divagamos entre tragadas conceituando opiniões politicas e sociais. Brincamos de tirar o rei de seu pedestal e no seu local colocar Chico Buarque, Gal Costa, Ellis... Bem, por fim voltamos! Mas ainda estamos lá... Sempre estaremos, é bom podermos nos encontrar nessas noites quentes de quarta-feira...
Nenhum comentário:
Postar um comentário