*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

domingo, 21 de outubro de 2012

"Suedehead"


Mais uma vez. Outro por-vir. Me lembro do passado e acho graça. Nunca tão bom, nem tão ruim. Sempre existe um espaço para o descompasso. Um engano. Desenganada espalho tinta preta pelo chão. Pelo corpo. Vários rostos.
Toda primavera desejo me fechar em flores. Sufocar amores. Me perder em mim. Sozinha. Mas a vontade de mudar é forte, então conto com a sorte, mas ela nunca me encontra. Sonho.
Da próxima vez vai ser diferente. Nada de tanta gente. Nada de tanta cor.
Vou esconder a dor no peito, e esboçar sorrisos que apenas o espelho possa ver.
Vou guardar o amor pra outro dia, e quem sabe sem agonia eu possa lhe passar.
Nada de misturar sal e açucar, em cada tempo um gosto. Não inventar.
E talvez sozinha me sinta fria, mas fique calma, fique bem. Sem medir sentimentos, sem fingir o contento. Sem agradecer sem querer.
Sentir falta de tudo pra mim é mais prazeroso. Minha dor se encontra nos outros, que magoo sem tentar, sem sentir, sem calar. Desculpa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Minha casa anda uma bagunça. Eu sempre falo mas nada muda. Nunca.
Cada resto e migalha no chão. Cada detalhe de mofo nas roupas. Não há nojo. Não há nada. Apatia.
Me sinto esnobe. Torcendo o nariz e revirando os olhos. Escondendo o lixo, aceitando resignado a falta de cor. A falta de amor.
Meu senhor me grita, em um canto cada vez menos importante da minha vida. Deixo passar. Desculpe.
Não aguento falar, sustentar o olhar. Quero um novo dono que me dome as vontades, que me traga lembranças novas para enfeitar o meu lar. Quero deitar-me ao seu lado e permitir sonhar. Divagar. Devagar.
Preciso parar de viver essa vida não vivida. Abandonar a entorpecência. Ganhar fôlego. Acreditar que posso vencer. Preciso.
Mesmo sem saber lidar com isso. Eu necessito para viver do teu carinho.

Caminho

Ultimamente não tenho me permitido sentir as mesmas coisas.
Em cada canto só dúvida.
Meu apêgo me destrói, mas sua falta é pior. Sentir e querer o que quero é indigno. Um suspiro. Um lamento.
Estou consumida da vontade de você e novamente sem rumo me pergunto: Porque desejar-te sem fazer-te meu?
Eis a confusão.
Meu menino. Meu abrigo. Meu homem. Meu amado. Me diz o motivo deste fim sem começo. Desse egoísmo. Da minha súplica interna a cada toque, a cada beijo.
Aqui de longe sinto o teu cheiro, mas não és tu.
Me perdoe pela minha fraqueza. Por te amar sem medida, ainda que na volúpia desmedida me perca.
És como irmão, amigo. Em ti tudo é cuidado, até no engano quando ao falares eu sangro.
Somos iguais. Somos opostos. Tenho medo do desgosto em minh'alma sem o vislumbre do teu rosto, do meu sorriso ao estar contigo. Não me deixe. Mesmo que não esteja comigo.