*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A concepção do ver

Ela Estava perdida. Pressa em um labirinto de escuridão sem fim. Vez ou outra uma luz inexplicável se mostrava doce para seus olhos faiscantes, então ela corria, fascinada com a idéia da liberdade. Seu vestido já corroído pelo tempo ganhava vida, e também parecia brilhar, esvoaçando pelo seu corpo esguio, acompanhando o balanço de seus cabelos negros.
A luz aumentava a cada passo dado pela moça, em sincronia, para enfim apagar-se total e violentamente revelando um abismo de sentidos.
Seu corpo inerte e desamparado procurava equilíbrio, esse que foi perdido quando deixou de ser cuidadosa, largando as paredes que mesmo puídas e bolorentas lhe davam sustento.
Essa não era a primeira vez e era obvio, inclusive pra garota, que não seria a ultima. Ela corria, e correria pela simples possibilidade de tocar aquele brilho, que mesmo tão distante lhe aquecia a alma e tirava-lhe o desespero, transformando-o em esperança.
Sentia tanto, buscava tanto e isso lhe trazia indignação... Como podiam "os outros" ignorar tudo aquilo?
Sim, haviam outros. Milhares deles escondidos e conformados nas esquinas do labirinto, e por vezes tentou mostrar-lhes o que via e convencer que a seguissem, mas como eles nunca respondiam ela passou a afastar-se. Eles não cheiravam bem e seus toques eram frios e pegajosos... Como as paredes.
Enquanto se recostava no escuro lembrava com carinho de seus rápidos, porém valiosos vislumbres: Quadros nas paredes, cores gastas em tons pasteis, suas mãos e vestido azul e por fim uma silhueta contra a luz, um ser indefinível que ela jamais esqueceria.
Poderia ser facilmente um dos "outros", mas eles nunca se afastavam das paredes... A garota então percebe e sai de seus devaneios, mais calma se apruma e recomeça sua caminhada, esperando, desejando com cada fibra do seu ser o próximo encontro, a próxima migalha de clareza que a nortearia naquele eclipse eterno.
**Seria fantástico chegar ao fim, e poder enxergar tudo com nitidez. Mas a verdade é que a procura é mais difícil, a luta mais dolorosa e o fato é que nem todos suportariam "a luz" pois depois da beleza haveria toda a dor e feiura.
Ver os labirintos é ainda mais assustador, pois "os outros" também são você, e como um todo verá que passou grande parte da vida construindo grande parte desses muros, esses que o prendem e torturam, mesmo sem saber, ou sem "querer" saber.
E para esta menina/garota que busca respostas o fim esta obviamente mais próximo. E se pudesse ver que no fim são todos como ela foi, e ainda assim tão distintos do que ela é. Pois ao contrário dela eles ainda estão em amarras invisíveis e ainda possuem as bocas costuradas.
Mas ela não sabe.**

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Toque...


Existem vários significados. Para alguns é um sofrimento doce, que se derrete e dissolve; um prazer solitário. Para outros é descoberta, intimidade, liberdade, alegria estantanea.
Mas de qualquer forma é um vicio, um refugio, em um toque o controle, controle de si.
Tudo alimenta o pensamento, a imaginação. Ao fechar os olhos procuramos imagens, ao entreabrir os lábios sussurros alheios.
Alguns querem apenas o fim, outros mostram anseios que não têm coragem de mostrar a mais ninguém.
Desejos ditos "sujos" que todos sentem, aqueles que atraem a todos desse sistema de convenções e represálias.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Serenidade...

O meu rio estava calmo, minha mente vazia, despreocupada. Em seus olhos haviam tempestade, nuvens negras trovoadas.
Havia o pressentimento, mas esse meu rio, como os outros, segue seu curso e levava a ti.
Quanto mais lutava, mais ficava turbulento, violento, fui levada, arrastada, não resisti, toquei você!
Em sua pele havia eletricidade, atração, as suas mãos me derretiam, seus lábios me invadiam, exploravam, me achavam enquanto eu me perdia.
Senti sua chuva me acariciar em milhões de gotas cintilantes, e de nossas bocas trovões que seguiam raios luminosos surgidos do centro de nós.
Mas então meu rio continuou seguindo em frente, deixando sua tempestade chorosa pra trás. E eu lamento por ser um rio, e posso sentir suas lágrimas levadas por mim, que misturam-se e aos poucos desaparecem.
E no fim a calmaria prevalece.

Histórinha de criança...

 Era uma vez uma garota... Uma garota completamente perdida!
Ela tinha uma vontade imensa de fazer milhões de coisas, que nunca fazia, e uma tendência enorme de culpar o mundo por isso.
Vivia querendo provar o quão forte era, e por vezes tomava a frente de coisas simples, que não lhe importavam... Mas fugia e se escondia quando os assuntos eram sérios e realmente a assustavam, aqueles que mexiam com seus sentimentos e que colocavam em risco seu coração.
O fato de poder se tornar vulnerável era seu maior tormento, por culpa dele ela não construía nada que pudesse precisar entregar-se, como uma amizade verdadeira ou um amor sincero, seu sofrimento era constante...
Sozinha, ela foi aos poucos se perdendo em um deserto que lhe ia sumindo, em um momento qualquer que não se sabe noite ou dia ela percebeu a total escuridão, e quando sentiu medo e tentou gritar sentiu o arranhar na garganta, que por falta de uso não produzia mais som... Ou talvez houvesse, mas simplesmente não existia mais ninguém que a ouvisse.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tô de volta...

Bem... Estou cheia de idéias. coisas que nunca conto, nunca escrevo... E resolvi retomar meu querido blog! Com novas sensações... Novos sentimentos...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Amor e outras drogas...

 
Uma rápida nota... Não se pode dizer que este foi um "filméco", visto que assisti sozinha. Mas se fosse seria colocado na linha do regular pra bom.
Primeiro, adoro os atores que interpretam o casal romãntico, Sendo Jake Gyllenhaa o sedutor Jamie e Anne Hathaway a louca, direta, viciada em sexo Maggie, o filme é de Ed Zwick, um diretor mais conhecido por dramas de grandes proporções (''O Último Samurai'', ''Diamante de Sangue'', ''Nova York Sitiada'') do que por comédias românticas (ou, neste caso, ''dramédias''). 
O que de fato me atraiu neste filme foi terem usado o mal de parkison, que é uma doença que nunca tinha visto sendo mostrada em filme nenhum, as atuações foram engraçadas, emocionantes e com certeza mecherem comigo de diversas formas. Enfim, é uma boa escolha para quem queira um amor que supera obstaculos bem menos clichê e batidos...
Depois prometo esplanar melhor sobre o filme! 
Até lá, é isso..
.N

Pseudo escritora

A coisa mais simples do planeta é "se dizer algo". Dentro de nossas mentes fantasiosas podemos ser absolutamente tudo, e muitas vezes as possibilidades que acreditamos possuir nos fazem achar que tudo será e permanecerá em perfeita harmonia.
Sempre quis ser escritora, na verdade sempre gostei de escrever e como tive durante muito tempo o objetivo de viver de algo que amasse...
Lógico que poucas vezes fiz algo que achasse digno de mostrar a alguém, e com o passar dos anos deixei de viver no mundo da fantasia para ver a realidade que se apresentava tão dura, materialista, que não podia esperar a inspiração chegar. 
Agora é assim, não temos tempo suficiente para viver da arte quando ela nos vem a longo prazo. A desvalorização por parte da minha fámilia também me fez ver quão mediocre seria aos seus olhos ter uma filha formada em TEATRO por exemplo, e a cada segundo de repressão eu me perdia de quem sou!
Já comecei uma quantidade assombrosa de contos e livretos que nunca passam da centéssima página, e como isso me frustra...
Enfim, indo logo ao ponto... Depois de anos em silêncio simplesmente larguei o curso de jornalismo em uma ótima universidade e decidi fazer teatro ou literatura! 
Minha fámilia surtou, e de fato eu também, mas nesse momento eu voltava a ver que de fato jornalismo não me deixava expressar o que sentia, mostrar meu potencial literário (que eu penso ter) e que apesar de parecer louco, a vida de uma professora de teatro não me parece de todo mal... Não busco fama, ou nada do tipo, meus motivos para seguir algo assim são outros, e pretendo ser fiel a esses motivos!
Agora infelizmente tenho que me retirar, sei que é abrupto mas eles me chamam... E tenho que ir ao encontro deles! Logo logo volto as minhas lamúrias e desabafos intermináveis. 
Até logo
N.