*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Velha história...

"Piores frascos, Melhores Perfumes"

Hoje senti novamente aquela sensação. Uma vontade tão forte que chego a me sentir fraca, como se o desejo consumisse, uma chama quente e devastadora. Fui tomada por uma raiva que me é como uma velha amiga que não via a muito, um grito tão agudo, preso, que saiu sem som.
Aquilo, eu sabia bem, não me levaria a lugar algum, mas nunca mais tinha me sentido tão viva, então deixei fluir.
Fiquei quente, respiração cortada, um choro baixo e constante. Eu queria sair, colocar meia dúzia de roupas em uma mochila velha e ir embora. Mas eu não podia.
Sabia bem de minhas obrigações, meu trabalho, minha falta de atenção com os estudos e todo o resto, mesmo assim por um momento senti-me seduzida pela possibilidade de agir como uma pré adolescente idiota e viver do nada, esperando tudo, afinal, pra que querer demais agora, se aos 20 anos todos somos imortais?!
Iria sair e respirar livros usados já amarelados pelo tempo, papel e tinta. Seria feliz, apesar de ter superado há pouco minha tendência ao materialismo, consumismo e a sensação abstrata da vida que tudo isso promove.
Assim existo, ou seria subsisto?
Lembro-me agora de uma amiga que certa vez disse-me "Gostaria de saber o dia que vou morrer" Por um momento achei aquilo um tanto doentio, mórbido, mas pensando mais profundamente em suas razões agora chego a concordar. Para aquela garota saber o dia de sua morte seria o impulso necessário para que ela começasse a realmente viver. Sinto que todos de certa forma precisamos de algo que nos mova, nos jogue em alguma direção, qualquer que seja. E quem sabe o conhecimento sobre o outro extremo do fio da vida que nos puxa a cada segundo me fizesse também parar de divagar e ficar desejando em palavras no papel que minha vida tome forma, algum sentido. Infelizmente ou felizmente, enquanto permaneço na dúvida continuo persistindo nesse vicio que se tornou registrar minhas histórias cadentes...

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