*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Enquanto houver tempo...


"Quando eu tinha tempo" ele me disse. Isso deu-me muito o que pensar, o tempo. "Escreva ininterruptamente" aconselhou, e isso soou um tanto quanto contraditório.
Como uma sentença novamente percebi onde estamos, no mundo que sufoca os pensantes, aspirantes a poetas. Agora já não tenho tempo, imagina quando eu não tiver.
Tenho escrito cada vez menos, lampejos de clareza vem e vão, gradual, sinto que vou me esvaindo, diminuindo perante meus iguais. Então perceba como foi intenso sentir que ele me inspirava, essa presença que me faz ver algo bom, encontrar mais no que pensar.
Sei que ando abdicando de pequenas coisas, coisas que me tornariam mais aceitável pela sociedade, já não me concentro com facilidade, sofro do mesmo mal dos que vieram antes de mim.
Gostaria de segura-lo, para-lo, pedir calma, piedade, clemencia "vá um pouco mais devagar para que sintamos a beleza".
Nos caminhos que percorro diariamente penso, olho, vislumbro gotas em folhas de árvores, um silêncio sonoro. Porque ninguém mais vê? Algo que temos em comum. Na rotina busco sempre o que querer, o que escrever, e no resto apenas vivo!
Tudo está passando tão rápido quanto paisagens nas janelas do carro, então agarro meus queridos fragmentos e tento, insisto, mostro essas breves idéias indistintas tão densas e enroladas nessas teias que me constituem. Ou seja, simplesmente escrevo...                

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