*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Alguém que complete é pouco...


Existem aqueles que enxergam o copo meio vázio ou meio cheio, como não me agrada apenas completar eu quero vê-lo transbordar. Me encontrar em tudo que eu puder tocar. Tocar tudo aquilo que me atiça, me interessa, me faz tremer, derreter, queimar. Eu quero os doces olhos verdes e os castanhos profundos, desejo que me explore, me perfure, me revire, eu quero tudo, mãos fortes, água e sal.
Vamos! Vamos verter sentimentos, transforma-los em movimento.
Não desejo meu controle, já não me agrada me parar, privar, dispensar vontades para dizer-me dona de mim.
Alastra deste meu centro o que quero, sem pudor, sem porque, sem sutilezas. Não consigo mais negar que eu respiro e espero impacientemente você. Um você sem nome, sem rosto, sem culpa ou obrigação.
O meu você é um segredo, uma inspiração. Ele aparece as vezes e me faz sorrir, voz grave, um olhar, aí some e me deixa solta, bailarina do vento, na ponta dos pés vou tocando a vida.
Já não me sinto perdida, nômade que sou não tenho pra onde voltar, minha casa é qualquer lugar, minha única sina é esse querer que a ti me liga. Mas enquanto sozinha vou sendo acolhida pelo que por mim se enfeitiçar. Magia efêmera essa minha, a cada lugar que passo em frangalhos deixo uma trilha de migalhas dormidas do que de mim restar.
Mesmo sem retornar, espero que esses restos, decadentes, indecentes e escrachados te façam me achar.


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