*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Amorfo


Não poder querer mais que o casual é cruel. Vou seguindo e pessoas me apontam nas ruas, me sinto suja, despida de meus preceitos. Tenho a mais difícil das decisões, a mais dolorosa das conclusões, ando caminhando pra longe do que acredito. Esmurrando e afastando o que me faça parar. Acho que esqueci o sofrimento, e assim acabo por fazer sofrer, e não me afeto, não me compadeço. Que tipo de ser eu sou?
Não creio que agora sinta culpa, e por isso as vezes me sinto desumana. Acho que é só a lógica que me açoita em milhões de verdades cruas e claras.
Não existe solução.
Lembro das brigas, das juras, do choro baixo. Consigo até recordar o cheiro que senti. O gosto amargo das dúvidas. A insegurança.
E eu xinguei, berrei e chorei também... E agora aqui estou. Do outro lado do espelho. O reflexo de toda decepção que passei. Como mera espectadora, atingida apenas pelos cacos. Imagine ser tomada por inteiro.
Eu não suportaria sustentar os olhos dela. Eu não poderia mais voltar pra casa. Eu não engoliria em seco e assim morreria de fome e desgosto.
E agora de que vale tudo isso?
Esse sentimento que sufoca. Esse desejo de que tudo fosse diferente. Ambos sabemos que esta errado. E que se fosse certo provavelmente eu não ficaria, sumiria na indecisão e solidão, que nunca me deixam. Então creio que assim, acabaremos caminhando juntos rumo ao fim.

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