*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

quinta-feira, 4 de abril de 2013

E vai seguindo infeliz o mesmo ciclo.

Eu tenho medo.
Estou apavorada diante da inconstância.
Se o que te atrai é a simplicidade, te conto que as vezes ser rasa cansa.
Se o que te agrada é o frescor do hálito virginal das manhãs plenas de certezas,
Então te apresento a amargura das minhas tardes de dúvida, das minhas profundas tristezas.
Se o que te trás é o sorriso no rosto, o abraço quente e terno, o olhar compreensivo, o proteger que te dá paz, quase materno.
Agora meu querido lamento dizer-te que as vezes choro e fico fria, me desespero, machuco quem amo e não protejo nem a mim mesma.
Quanto mais o tempo vai, mais a chuva cai, mais meu peito dói.
Aos poucos os véus se dissipam e os corpos se identificam, e a imperfeição se torna real demais.
Com os dias é fatal o desgosto.
O que move o amor é o rosto, que carrega em suas memórias.
Cheios de saudosismo continuam a trilhar o caminho, seguindo a ilusão do passado, uma nova ilusão o destino.
Me trai, busca lembrança em outra casca.
Me ataca, me rasga, suga outra alma.
Cata juventude dos desavisados.
Seduz, és inimigo disfarçado.
Agora percebo a ironia que canto.
Se me seduz em olhar, te seduzo o mesmo tanto.
Se o monstro se revela em você, acabo por ter-te como espelho.
Se roubas-te a minha flor secreta, roubo mil outras por castigo.
Punida pela mesma vergonha, punida pelo mesmo segredo de outro, escondido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário