*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

sábado, 28 de julho de 2012

Por baixo da pele.

Estou cansada de tentar lutar contra essa apatia. Me sinto nauseada com a ideia de levantar da cama pela manhã. Ando pelas ruas e marco encontros. Bem, nada disso me anima. Nada significa.
Até meus amigos estão fadados a sorrisos rasos, a desculpas tolas. Venho me enterrando a cada dia nessa grande falta de vontade.
Sinto-me abandonada. E não há etílicos ou químicos que me estimulem. Vejo-me enfadada da vida. Essa que me norteava e fazia sentir agraciada pela simples existência. Agora cada olhar nada mais mostra que mais uma perda de tempo. Perda de tino.
Até as brigas tolas, as pequenas esperanças e os caprichos gastos estão se esvaindo aos poucos pelos meus poros. Sou um recipiente com liquido volátil, entreaberto, espalhando pelo ar essa imensidão de nada que me constitui.
Gostaria de dizer que estou deprimida, chorando pelos cantos, mas não. Me sinto seca, sem perspectivas. Vazia no sentido mais sincero e meu único bem, esse que aos poucos também vejo se perder, é essa minha tara por letras no papel. A minha devoção por sentimentos registrados. Talvez esse seja meu meio de tentar lacrar-me nesse frasco da minha essência, ou pelo menos borrifar pequenos fragmentos de mim onde eles possam se fixar, perpetuar. Quem sabe?
Bem, agora vou voltando a minha rotina. Acordar, existir, dormir. No fim tudo leva a crer que isso nada mais é que morrer. Morrer por dentro. Morrer a cada dia. E nem se importar com isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário