Minha casa anda uma bagunça. Eu sempre falo mas nada muda. Nunca.
Cada resto e migalha no chão. Cada detalhe de mofo nas roupas. Não há nojo. Não há nada. Apatia.
Me sinto esnobe. Torcendo o nariz e revirando os olhos. Escondendo o lixo, aceitando resignado a falta de cor. A falta de amor.
Meu senhor me grita, em um canto cada vez menos importante da minha vida. Deixo passar. Desculpe.
Não aguento falar, sustentar o olhar. Quero um novo dono que me dome as vontades, que me traga lembranças novas para enfeitar o meu lar. Quero deitar-me ao seu lado e permitir sonhar. Divagar. Devagar.
Preciso parar de viver essa vida não vivida. Abandonar a entorpecência. Ganhar fôlego. Acreditar que posso vencer. Preciso.
Mesmo sem saber lidar com isso. Eu necessito para viver do teu carinho.
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