*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

terça-feira, 23 de julho de 2013

Faísca

Andou em todos os lugares.
Buscou no olhar todas as respostas.
Vagando. Viveu. Ah vida.
E a cada noite cuspiu em um prato. Nunca repetido.
Chupou limões e lábios sem sentir a diferença.
Caminhando perdeu as crenças.
Sem fé seguiu sozinho.
Não tinha pai, mãe, irmãos ou abrigo.
Mas tinha fome de pão e de vinho.
a carne só lhe era vauvola de escape.
Nunca deixou de ser homem. Para isso antes precisaria ter sido.
Nasceu bicho. Viveu bicho. E morreu.
Não fez falta.
Não foi corpo. Só carniça.
Almoço de urubus e corvos.
Nada de 7 palmos.
Nada de choro histérico.
Nada de epitáfio.
Abaixo somente o solo.
As engrenagens nunca pararam. Não para percebe-lo.
Era mais um escorraçado.
passou direto. Despercebido.
Nem se deram o trabalho de tira-lo do caminho.
No fim apenas uma faísca ao vento.
Ou um nada. Invisível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário