*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sem foto. Sem cor. A dor é a dor. A tristeza bonita é poesia.

Te esperei entre taças de vinho.
Melhor teria sido a garrafa inteira.
A minha mente levemente embriagada começava a mentir, e eu achava graça.
Esqueci os gritos na minha cabeça. Estava calma/mente.
Por um segundo não havia motivo. Busquei teus lábios. Vazio, silêncio.
Preenchi-me inteira de lembranças. Porque é sempre assim que nós fazemos.
A gente primeiro corta e depois sangra.
Fiquei com medo de respirar. Me mover e tudo deixar de ser.
Ainda havia um resto. Eu vi a esmola de nós dois.
Como não chorar?
A minha vontade de te olhar acabou naquele instante. Só eu saberei qual foi.
Parede de pedra, levou meu ar.
A minha súplica foi ainda mais cortante. Humilhante.
Como não se humilhar?
Em um dia desaprender de gostar?
É o fim. Não do amor, mas do amar.
E eu cansei de esperar nesse rumo.
O ciclo acabou e eu larguei tudo. Não podia ser mais literal.
Primeiro abracei. Uma ultima vez daquele jeito.
A tua pele me feria. A dor me fez te soltar.
Antes de ir eu olhei, sim, para trás.
Como não olhar?

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