*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Inflexão

Pelas minhas contas já morri algumas vezes.
Já tá ficando chato, morrer ficou comum e também comum abrir os olhos.
Todo dia a gente nasce diferente.
E mesmo vivos nessa morte iminente
De acordo com o corpo nos vestimos.
Perdi um tempo tentando fazer da morte vida.
Sem água, sem pão, cama vazia.
Mas o corpo não pede pra respirar.
Ele respira.
E no espelho a definhar me esquecia.
Sentia dor quando saia e o conforto do leito fazia o cheiro podre ser o menor problema.
Mas a mente me levou de volta a vida.
E de volta percebi que toda vez que pensava que existia outra vez morria.
Decidi tentar viver.
Cancei da gangrenada vida.
Minhas mortes tem nomes e rostos.
As vezes amores, as vezes família.
As vezes o mundo.
Tão pequena me sentia.
Deixei tudo que tinha.
Com medo e sozinha segui.
Resolvi largar o medo também, ele muito pesava e de nada servia.
Sozinha segui.
Agora descobri a liberdade do nada.
Nada pra fazer, nada pra ser.
Sozinha tenho escolha.
Escolher pelo que viver.
Viver de verdade pra no fim morrer.
Uma ultima vez.
Adeus.

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