*J'ai peur de devenir un adulte sans rêves*

terça-feira, 4 de junho de 2013

"Mentiras sinceras me interessam"

E o que eu posso fazer? Se me camuflo de engano e falo tanto que chego ao absurdo de acreditar na verdade que só me convém.
Mas como pode ser absurdo se sinto o peso e só espantando me sinto seguro. Sopro pra longe como vejo, indevido.
Cautelosa vou te olhando, e nada vejo. És um reflexo, uma idéia. E vou degustando e mergulhando nas palavras que desejo ouvir. E de resto tu me escondes.
Cada calafrio disfarço de doença. Cada lagrima trás o nome de uma substância. Doença feminina. Nenhuma trás teu nome.
Como te chamo é outro erro. E mesmo não sendo o que no fundo eu já sei, te fantasio e crio mil detalhes. Meu contentamento sou eu quem domo. E na verdade se teu corpo desaparecesse não sei o que faria, nem se perceberia.
Já és mais invenção que verdade. Em pensar que tudo começou no intuito de ficarmos juntos.
Sendo sincera nada mais tem sentido. Porque mesmo em teus braços não estou contigo, nem cheiro tu tens, nem alma me vem. Só serves de espelho.
És mero objeto. Argila sem forma, que serve para me acalmar nas noites frias. Um boneco oco. A navalha que uso para me cortar. Desespero.
Agora pra que palavras? Se és nada. Nada que entenda. E sem entender nada continua a ser. Eu continuo vazia.
E por fim ganha significado.
Enfim. Bom pra você. Te dei o nada que me preenche. E agora já és.
Tristeza.


3 comentários:

  1. Eu costumo dizer que quando não há cheiro, não há lugar bom para se sentar. Mentira, eu acabei de dizer isso pela primeira vez.
    Eu precisei ler três vezes para entender. Não por falta tua, é que mentira e verdade fazem parte de um macrotema no qual eu me perco um pouco. Tema-neblina.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Tentar entender o que escreve é conseguir sentir todo o sentimento que sentiu ao escrever.

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